19 de novembro é o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, e embora seja nítido o espaço que as mulheres vem conquistando com o passar dos tempos, cada vez mais fica evidente a importância de ser exaltado esse processo para que ele ganhe mais espaço e com isso crie-se um ambiente equilibrado e justo para todos.
Um tema importante e ainda incompreendido por muitos que traz consigo uma necessidade urgente da nossa sociedade moderna: Colocar a mulher em um papel de representatividade e não mais de submissão ou dependência. Criar líderes femininas que demonstrem para as novas gerações que a construção de um novo mundo com novas visões é responsabilidade de todos e o mérito disso também.
Ao falarmos da história da humanidade, de maneira naturalizada nos lembramos das histórias dos "homens-eixo" dos homens que fizeram história e contribuíram com o crescimento da humanidade, mas com a mesma facilidade nos esquecemos de mulheres representativas, cito abaixo algumas delas para que nos lembremos que a mudança ocorre com mais gente do que nos é contado normalmente.
Rosa Parks (1913-2005)
"Rosa nasceu em 1913 no Alabama, ao sul do país, região onde a segregação racial foi intensa.
Em 1955 marcou a história como ativista quando se recusou a ceder seu lugar a uma pessoa branca em um ônibus. Na época, as leis de segregação eram rígidas e os ônibus tinham assentos reservados a passageiros brancos.
Devido a sua atitude, a ativista foi presa. Isso gerou indignação na população negra e impulsionou grandes protestos que resultaram na anulação das leis de segregação racial."
Harriet Tubman (1822-1913)
"Harriet Tubman dedicou sua vida a lutar contra a escravidão nos EUA. Nascida escrava, ela escapou do cativeiro e ainda contribuiu para libertar em torno de 300 negros.
Harriet viveu até os 90 anos e no fim da vida se dedicou a causa do voto feminino. Sua história de vida impressionante e sua potência a transformaram em um emblema na luta abolicionista nos EUA e também no mundo todo."
Nise da Silveira (1905-1999)
"Uma das personalidades brasileiras mais relevantes na psiquiatria foi a médica Nise da Silveira. Ela desenvolveu métodos de trabalho com os pacientes que incluíam o processo artístico e um tratamento mais humano e eficaz, revolucionando a maneira como a saúde mental é encarada no país. Isso porque, na época, era costume usar recursos invasivos e violentos como eletrochoque, lobotomia (retirada de parte do cérebro) e grande quantidade de remédios."
Indira Gandhi (1917-1984)
"Sabia que a Índia já teve uma primeira-ministra mulher? Indira Gandhi ocupou o cargo de chefe do governo duas vezes: a primeira entre 1966 e 1977 e a segunda entre 1980 e 1984."
Embora seja instintivo associarmos ela a Mahatma Gandhi, ela nada tem de parentesco com ele. "Filha de político, Indira teve o privilégio de estudar em escolas na Suíça e se formou em Administração Pública pela Universidade de Oxford (Inglaterra).
Em 1939, entrou para a política e começou a militar pelo movimento da independência da Índia, tendo inclusive sido presa (por mais de um ano!). É de sua autoria a seguinte constatação:
Fui uma das primeiras mulheres emancipadas, antes que a coisa se transformasse em moda. Tive que lutar por tudo que conquistei.
Durante o seu mandato, importantes conquistas foram alcançadas: o país se desenvolveu, houve um aumento significativo na produção industrial e de alimentos. A Índia indiscutivelmente se modernizou."
Virginia Woolf (1882-1941)
"Por falar em mulheres de fibra, essa lista não estaria completa se não tivesse o nome de Virginia Woolf (1882-1941). A escritora inglesa foi dos grandes nomes da literatura ocidental e se destacou como uma das maiores autoras modernistas do século XX.
Virginia usava seus livros para divulgar uma série de lutas feministas e questionava abertamente posturas políticas e sociais do seu tempo.
O primeiro romance da autora foi publicado em 1912. Além de escrever, Virginia também editava e fundou junto com o marido a editora Hogarth Press (que descobriu talentos como T.S. Eliot e Katherine Mansfield).
A fama do grande público veio com a publicação de Mrs.Dalloway (1925), que projetou a sua crítica contra a sociedade que oprimia e não estimulava intelectualmente as mulheres."
Essas mulheres, em seus contextos, desafiaram os padrões e transformaram o mundo. Atualmente isso continua ocorrendo em um sistema melhor distribuído, e cada vez mais consciente, no qual mais mulheres tem buscado romper limitações e alcançar patamares maiores em níveis sociais, financeiros, de status, de respeito, de conquistas e demais..
Não posso deixar de citar nesse dia importante, a representatividade das mulheres da minha vida.
Fui criado por uma das mulheres mais incríveis que conheço e que admiro profundamente. Minha mãe me ensinou a ter pensamento crítico, me instigou a ver o mundo além das bordas, a perceber além do que nos mostram e desenvolver a paixão por aprender. Vi ela abrir caminhos por ambientes dominados por homens com coragem e delicadeza e vi os resultados da obra dela no meio social que ela está inserida e na união da minha família.
Sou casado com uma das mulheres mais brilhantes que conheço a quem tenho um profundo respeito e alegria em conviver. Minha esposa me ensinou a ver o mundo de maneira menos direta, percebendo as nuances, me mostrou a qualidade nos detalhes de tudo que se envolve, criou para si um mundo de pessoas que a admiram e respeitam.
Poderia citar outras tantas mulheres que impactaram minha vida e me tornaram uma pessoa mais completa, mas espero que aqui, você esteja se lembrando das mulheres da sua vida e admirando-as e respeitando-as da forma que merecem. Não porque receberam um nobel, escreveram um livro ou começaram uma revolução, mas pelo cotidiano de amor e pela qualidade com que levam a vida.
No dia de hoje, uma pequena lembrança e um gigantesco agradecimento às mulheres empreendedoras. Que o os movimentos cresçam para que não sejam mais necessários pois conseguimos o objetivo de igualdade e justiça que tanto almejamos!
Um forte abraço!
Giordano da Luz
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