Tem um hábito que tenho comigo. Quando eu falo, espero ter a atenção das pessoas com quem estou conversando. Caso contrário, paro de falar. Não pela arrogância de esperar a atenção pela atenção, mas porque toda oportunidade de conversa é uma oportunidade de ouvir da outra pessoa a forma dela de ver a vida, o mundo. É uma forma de aprender e crescer a partir de uma perspectiva nova e diferente da que cada um trás consigo. Quando ouço alguém, ouço a pessoa falar, reflito sobre o que ela disse e então construo o que vou falar.
Esse exercício simples e aparentemente tão normal tem estado em uma estranha condição de escassez. Cada vez menos vemos um diálogo com essa estrutura simples. OUVIR, REFLETIR, FALAR. OUVIR, REFLETIR, FALAR. Normalmente tem se baseado no falar.
Esse hábito é péssimo para as relações interpessoais porque cada vez menos conhecemos as pessoas a nossa volta. Cada vez menos ouvimos as dores uns dos outros, menos tempo tempos. É comum estarmos mais preocupados com o que responderemos ao que estamos ouvindo, do que o quanto aquilo é real, ou pode estar mais correto do que o que eu pensava até então.
Curioso, não? Termos mais pessoas no mundo, mais meios de comunicação e por fim, nos comunicarmos menos.
Nas relações comerciais e profissionais isso trás um resultado medíocre para as empresas, porque na prática, não se ouve o cliente. Não se entende sua dor, não lhe é dada a devida atenção, simplesmente porque não ouvimos. Chegamos então a verdade absurda de ouvirmos que "não há concorrência no Brasil", porque o básico bem feito já é um diferencial e o básico começa justamente nessa premissa fundamental. Ouvir o seu cliente.
Se você que está lendo esse texto é dono de um negócio, imagine-se na outra ponta. Sendo o seu cliente. Honestamente, você estaria satisfeito com o produto ou serviço que tem recebido hoje?
Caso não, veja quais as principais dores e trabalhe com elas. Caso sim, veja como otimizar ainda mais esse processo, melhorando resultados e experiência.
Mas caso não saiba, responsa a uma pergunta simples. Como posso ouvir meu cliente? E busque dentro da sua forma de comunicação com seu cliente, as possíveis alternativas de como ouvir as percepções daquele que confiam naquilo que você faz. Faça isso e maravilhe-se com o universo de possibilidades que se abre diante de si. Porque o seu cliente atual tem demandas que podem ser supridas por você e muitas vezes ele não sabe. Isso impacta sua relação e seus resultados.
Comunicação impacta sua relação com seus clientes, mas também sua relação com os envolvidos na sua empresa. Se você hoje tem funcionários, lembre-se que essas pessoas também estão acreditando no seu projeto, na sua gestão. OUÇA-OS. Não apenas perguntando se estão bem, mas analisando suas necessidades reais, dando abertura para que eles possam dar respostas sinceras sem represália e veja o processo interno melhorar também.
E acima de tudo, garanta que você também esteja se ouvindo, porque as vezes passamos muito tempo ocupados pensando em muitas coisas ao mesmo tempo e esquecemos de nos ouvir. Somos nós aqueles que merecem muita atenção e cuidado próprio e os responsáveis por fazê-lo.
O autocuidado através do ouvir a si mesmo transforma vidas e eleva nosso bem-estar.
Essa mudança simples é a responsável por um processo de empreendedorismo mais eficaz e menos doloroso.
Concorda com essa visão? Me dá aí a tua opinião, vai ser um prazer te ouvir!
Grande abraço! Giordano da Luz
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